Espero um pouco em pé, calmo, sem faniquitos. E sem chiliques, decido me retirar. Resolvi ver no conforto refrigerado da sala de imprensa. Fui ver o desfile com um pouco de mau humor e meio sem vontade - tanto que nos primeiros looks o xoxo brotou forte: “Ih, Oskar fez uma Emília em crossover (olha a biologia aí, gente) com Pimentinha na fase delinqüente juvenil que acabou de deixar o xilindró com tanta listra”.
Mas quando a coisa é boa, não tem mágoa de caboclo certa e a coleção foi me conquistando, recebendo meus elogios em voz alta. E por fim, alguma objetividade tem na crítica a seguir:
Osklen alarga como listras o conceito do streetwear
Desde a coleção sobre o vento que a Osklen não soprava novidades tão promissoras na passarela. A cidade vista do alto como uma grande plantação de colheita de idéias. A cidade vista nas luzes dos carros em movimento (as listras), das idéias em movimento.
Da idéia que os tecidos tecnológicos podem ser naturais como o couro vegetal. Da idéia que um novo unissex sem ser uniforme e uniformizante imperará pelas ruas. E principalmente da idéia que o streetwear pode (e deve) ser explorado como uma das grandes metrópoles que inspiraram a marca. Explico: existe um senso comum em moda que os estilistas de streetwear só passam a ser realmente respeitados quando dominam a alfaiataria. Fato que muitas marcas fazem a passagem, entre eles a Osklen, mas com a conquista do domínio da alfaiataria e sua sedução, existe sempre a perda de um pouco do imperfeito, do “sujo” do streetwear “de raiz”, que no fundo é a verdadeira moda de rua.
Com a alfaiataria existe uma glamourização do streetwear e isso a Osklen tem feito em inúmeras coleções passadas. Pela primeira vez, a alfaiataria estava a serviço completo do streetwear, mostrando uma inversão de movimento. Movimento esse que ainda iluminará muito a nossa moda.
[Vitor Angelo, do dus*****infernus - leia mais aqui]
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