Em uma coleção milimetricamente pensada, Alexandre Herchcovitch dá mais um passo em sua jornada como criador e dialoga diretamente com os arquitetos e construtores da moda. Sim, Balenciaga, sim, Alber Erbaz e sim, o próprio Alexandre mostrando toda a sua potencialidade se elevar ao patamar dos que questionam e investem incisivamente na questão primordial da modelagem: a estrutura. Onde a modelagem é a soma do menos, onde o simples se preenche de complexidade. Na multiplicação dos tecidos, muitas criações tiveram até 15 deles diferentes, divide-se o olhar para entender as formas geométricas como os círculos-alvo que circundam o corpo da modelo.
Aliás, se o corpo vem como meridiano, sua vértice horizontal são os ombros que sustentam toda a estrutura de suas criações, O meridiano em movimento, isto é o corpo no tempo e espaço revela as inúmeras formas geométricas que convivem juntas para então nos mostrar como a arte da combinatória está no DNA de Alexandre, seja no crash de estampas ou nos crash de tecidos que já apareceram em inúmeras de suas coleções como também as formas geométricas.
Entende-se melhor depois desse desfile o geometrismo em sua visão da África do Sul, ou a festa junina com suas bandeirinhas que já fizeram parte de alguma coleção passada assim como inúmeras outras formas geométricas em infinitas coleções de Herchcovitch.
Nessa progressão geométrica que são as coleções que Alexandre nos apresenta a cada temporada, só agora podemos olhar com clareza o resultado, que apesar de um DNA já construído (o próprio afirma que todas as características da marca foram colocadas em seus primeiros anos), podemos nos aprofundar no que é realmente essencial em sua marca, ou seja, na sua visão de mundo.
Se a geometria é a sua biologia, sua criação parece infinita.
[Vitor Angelo, do dus*****infernus - leia mais aqui]
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